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Lepra (Hanseníase): Causas, Sintomas, Tratamento e Prevenção
A Lepra, também conhecida como Hanseníase, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, o trato respiratório superior e os olhos. Embora seja uma doença antiga, a lepra ainda afeta milhares de pessoas no mundo, especialmente em áreas mais pobres e com menos acesso a cuidados de saúde, como em algumas regiões da África e Ásia.
Causas da Lepra
A lepra é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e tem um período de incubação que pode variar de vários meses a anos, antes de os sintomas aparecerem. Embora a forma exata de transmissão não seja totalmente compreendida, acredita-se que o contato prolongado com uma pessoa infectada, por meio de gotículas respiratórias ou secreções, seja a principal via de contágio.
A lepra não é altamente contagiosa, e a maioria das pessoas expostas à bactéria não desenvolve a doença, graças à capacidade do sistema imunológico de combater a infecção.
Sintomas da Lepra
Os sintomas da lepra podem variar, dependendo da gravidade da infecção e do tipo da doença. Os dois tipos principais de lepra são a lepra paucibacilar (com menos bacilos) e a lepra multibacilar (com mais bacilos). Os sintomas comuns incluem:
- Lesões de pele: Aparecem manchas claras ou avermelhadas com perda de sensibilidade ao toque, calor ou dor. Essas manchas podem se espalhar pelo corpo, e a pele pode se tornar seca ou enrugada.
- Dormência: A lepra afeta os nervos periféricos, o que causa perda de sensibilidade nas áreas afetadas, principalmente nas extremidades (mãos, pés, rosto).
- Fraqueza muscular: Com o tempo, a infecção pode enfraquecer os músculos, dificultando os movimentos e causando deformidades nas mãos e pés.
- Úlceras e feridas: As áreas de dormência podem desenvolver feridas e úlceras, já que a pessoa não sente dor nessas regiões.
- Perda de cílios e sobrancelhas: Em casos mais avançados, a lepra pode afetar os folículos pilosos, causando perda de pelos nas áreas afetadas.
- Deformidades: Em estágios avançados, se não tratada, a lepra pode causar deformidades graves, como o encurtamento dos dedos das mãos e pés, resultado da reabsorção óssea.
Diagnóstico da Lepra
O diagnóstico da lepra é feito com base nos sintomas clínicos, especialmente nas lesões cutâneas características e na perda de sensibilidade nas áreas afetadas. Além disso, o médico pode solicitar exames laboratoriais, como:
- Biópsia de pele: Um pedaço de tecido da pele é analisado para verificar a presença da bactéria Mycobacterium leprae.
- Exame de esfregaço de pele: Amostras de pele são retiradas e analisadas ao microscópio para detectar a presença de bacilos.
- Testes de sensibilidade: São realizados para verificar a perda de sensibilidade ao calor, frio ou toque leve nas lesões cutâneas.
Tratamento da Lepra
A lepra tem cura, e o tratamento é eficaz quando iniciado precocemente. O tratamento é baseado na poliquimioterapia (PQT), que envolve o uso combinado de três antibióticos principais:
- Dapsona
- Rifampicina
- Clofazimina
A duração do tratamento varia entre 6 a 12 meses, dependendo da gravidade da doença e da resposta ao tratamento. Nos casos multibacilares, o tratamento pode ser prolongado. O tratamento é oferecido gratuitamente pela maioria dos sistemas de saúde pública e, uma vez iniciado, a pessoa deixa de ser contagiosa rapidamente.
Além dos antibióticos, o tratamento pode incluir cuidados para as úlceras e feridas, fisioterapia para melhorar a mobilidade e, em casos graves, cirurgias corretivas para tratar deformidades.
Prevenção da Lepra
Embora não exista uma vacina eficaz para a lepra, a prevenção é baseada no diagnóstico precoce e no tratamento rápido dos casos. As principais medidas de prevenção incluem:
- Tratamento precoce: Tratar os infectados é a melhor forma de interromper a transmissão da doença.
- Exame de contatos: Pessoas que convivem com um paciente de lepra devem ser examinadas e, se necessário, tratadas preventivamente.
- Educação em saúde: É fundamental educar as comunidades sobre a doença, para reduzir o estigma e incentivar o diagnóstico e tratamento precoces.
Estigma e Reintegração Social
Historicamente, a lepra foi cercada de estigma social devido à sua capacidade de causar deformidades visíveis e por ser vista como uma doença altamente contagiosa. No entanto, com o avanço da medicina, o estigma relacionado à lepra deve ser combatido, já que a doença tem cura, e a maioria dos casos tratados precocemente não deixa sequelas graves.
É crucial que as comunidades recebam educação sobre a doença e que os pacientes tratados sejam reintegrados à sociedade sem discriminação.
Conclusão
A lepra, apesar de ser uma doença antiga, ainda afeta muitas pessoas ao redor do mundo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para curar a doença, evitar complicações e impedir a disseminação. A conscientização e o combate ao estigma são passos fundamentais para eliminar a lepra como um problema de saúde pública global.
Referências:
- World Health Organization (WHO). “Leprosy (Hansen’s disease).” Disponível em: www.who.int.
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). “Hansen’s Disease (Leprosy).” Disponível em: www.cdc.gov.
- Ministério da Saúde de Moçambique. “Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase.” Disponível em: www.misau.gov.mz.
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